Sensoriamento remoto via satélite na descoberta de jazidas
Técnica de sensoriamento remoto via satélite garante a identificação de jazidas minerais com maior precisão
A geotecnologia marca uma nova fase na atuação dos geólogos quando se trata da identificação de jazidas minerais. Esta nova técnica é feita a partir do sensoriamento remoto via satélite, uma importante ferramenta na identificação de novos alvos de prospecção mineral.
As imagens de satélite podem ser utilizadas para a localização de jazidas minerais, a fim de reduzir os custos de prospecção e facilitar a indicação de alvos de perfuração.
Para a prospecção dos alvos, os satélites produzem um sinal chamado refletância, que consiste na fração de luz incidente refletida pela superfície, sendo ela zona de alteração hidrotermal e concentrações anômalas (que não fazem parte da composição do solo), que possibilitam o sensoriamento remoto.
A evolução da capacidade de processamento dos computadores, aliados à evolução dos sensores remotos, permitem a criação de modelos em ambiente SIG (Sistemas de Informações Geográficas) capazes de localizar com precisão alvos de interesse geológico.
O processamento das imagens na exploração mineral é de suma importância principalmente na etapa de prospecção, mas também nas fases seguintes de modelagem dos depósitos.
O processamento de imagem faz parte do cotidiano das empresas de exploração mineral por ser um excelente filtro de áreas potencialmente mineralizáveis.
As imagens de satélite auxiliam na atuação de geólogos e engenheiros que trabalham no segmento de mineração, sendo uma ferramenta de apoio fundamental, que reduz o tempo e o custo financeiro na identificação de ocorrências minerais, bem como a localização de vias de planejamento de infraestrutura para a exploração mineral.
A nova geração de sensores disponíveis possibilita a criação de Modelos Digitais de Elevação (MDE), mapeamento de estruturas geológicas, confecção de mapas pré-campo, identificação das formas de relevo e planejamento logístico.
A assinatura espectral é a característica de cada mineral refletir ou absorver a luz solar e podem ser registradas por sensores aerotransportados ou em órbita. Com o auxílio das diversas bibliotecas de assinaturas espectrais é possível identificar áreas anômalas de concentração de minerais ou grupos de minerais.
Com base nessa técnica é possível reconhecer mudanças na composição dos solos através da refletância dos minerais e da vegetação. Essa tecnologia moderna possui a capacidade de reconhecer diversos tipos de jazidas minerais através de técnicas de modelagem estatística.
Por meio de equações matemáticas, é possível discriminar regiões enriquecidas em ferro, zinco, estanho e outros metais que podem se concentrar na superfície do terreno por causa do intemperismo apresentando depósitos reais destas substâncias tanto em superfície quanto no subsolo.
Tratando-se de diferentes comprimentos de ondas, a confecção de mapas é capaz de caracterizar os diferentes minerais de alteração relacionados a depósitos profundos, possibilitando assim o traçado de vetores, destas zonas de alteração, apontando as informações para os corpos mineralizados.
Também é possível utilizar dados geofísicos obtidos através de levantamentos aéreos complementando as informações provenientes dos satélites.
Os produtos gerados a partir de levantamentos gravimétricos, de emissão de radiação (gama espectrometria) e magnéticos são tão amplamente usados quanto os dados anteriores e quase sempre são a prova de que há ou não um corpo possivelmente mineralizado na área.
Minesat desenvolve software específico para leitura via satélite
Com o desenvolvimento do software Mineral Scan Pro I (MSPI) da Minesat, é possível relacionar certos tipos de cobertura vegetal com a presença de determinados minerais. Portanto, as identificações dos minerais de algumas jazidas estão associadas às anomalias do solo e é possível que tais anomalias se reflitam no tipo de cobertura vegetal.
O software MSPI realiza um processamento dos dados obtidos por um conjunto de satélites que utilizam ângulos diversos na captura de imagens, possibilitando a identificação da assinatura espectral de íons e variação dos pixels para posterior análise, podendo localizar novas jazidas minerais de forma remota.
As imagens recebidas dos satélites, também beneficiam geólogos, cientistas e gerentes de exploração, permitindo a interpretação do comprimento de ondas através de três tipos de infravermelho: próximo, de ondas curtas e termal, na identificação da diferença de características estruturais na superfície terrestre que não podem ser vistos pelo olho humano.
O MSPI atribui a cada mineral uma fórmula molecular específica, que resulta na localização de ocorrências minerais com muita precisão.