Seminário de agregados indica um setor que se reinventa impulsionado por inovações
Seminário de Agregados promovido pela Metso em parceria com a ANEPAC, traz as tendências e novas rotas tecnológicas para novos negócios
O Seminário de Agregados da Metso em parceria com a Associação Nacional dos Produtores de Agregados para Construção (Anepac) foi realizado em 22 de outubro, em São Paulo, para cerca de 150 pessoas dentre empresários, estudantes, representantes de associações e entidades ligadas ao setor trouxe acima de tudo otimismo e novas possibilidades para o desenvolvimento de frentes de atuação para a produção de agregados no Brasil.

Fernando Valverde
Abrindo o evento, Fernando Valverde, presidente executivo da Anepac, trouxe um panorama geral e os números da produção de agregados minerais, que já chegou ao patamar de 745 milhões de toneladas em 2013, sofreu uma forte retração, com queda nos últimos seis anos. Porém, de acordo com a Anepac, o setor está em rota de retomada: a previsão para 2019 indica uma produção de 514 milhões de toneladas até o fim do ano.
Em seguida foi a vez de Everson Cremonese, diretor comercial de Agregados da Metso saldar o público e apresentar um vídeo institucional mostrando a trajetória dos 100 anos de Metso atuando no Brasil, completados neste ano.
Na sequência, especialistas da área econômica, como Thiago Coraucci Angelis, do Banco Bradesco e o economista e apresentador da Rádio CBN, Teco Medina, que deram um panorama bastante otimista em relação aos próximos anos, ainda que o ritmo de retomada ainda seja incerto, mas sobretudo, diante da força de números mais positivos da construção civil, que após 5 anos com índices de crecimento negativos aponta finalmente neste terceiro trimestre números positivos aliados ao crescimento do setor imobiliário, em termos de lançamentos e vendas. Diante de um cenário dos juros mais baixos da história do país, este 4º trimestre será o mais positivo para a economia brasileira no geral, desde 2013.
Agronegócio é a nova fronteira, ou fronteira mais ampla, para o setor de agregados
Francisco Ferreira Penço do Grupo Emal, do Mato Grosso e Abel Fortaleza Filho, do Grupo Fortaleza, de Goiás, vieram ao palco explicar o processo de implantação da remineralização de solos em seus respectivos estados.
De acordo com ambos, esse processo acontece por meio da junção, sob orientação de estudos agronômicos, do pó de rocha com microorganismos, de acordo com as características específicas de cada tipo de rocha, a fim de melhorar a qualidade do solo, auxiliando assim na produção sustentável de alimentos mais saudáveis, sem adição de agrotóxicos.
Mais atuante no agronegócio, o Grupo Emal, do Mato Grosso, investiu em tecnologia para otimizar de uma de suas quatro plantas de produção de calcário agrícola, a de Itaipu. O desafio da mineradora era resolver o gargalo da etapa final de moagem, que é antecedida por duas fases de britagem, primária e secundária. Em 2018, a mineradora adotou o moinho C120, da Metso, como parte das mudanças da linha de produção da unidade de Itaipu e obteve um aumento de produtividade de 14,8%. O incremento deve reforçar o posicionamento do grupo, que produz cerca de 20% do calcário agrícola consumido no estado do Centro-Oeste.

Abel Fortaleza Filho
“O primeiro passo é acreditar. Se você não acreditar nada acontece”, ressaltou Abel Fortaleza Filho, administrador do Grupo Fortaleza, que através da Britaminas, tem o primeiro empreendimento do país integralmente direcionado para a produção e comercialização de remineralizadores de solo ou, minerais processados para uso na agroindústria, que servem como alternativa aos fertilizantes químicos.
Em vez de adotar um moinho de martelos para processar o basalto em sua unidade de Mineiros-GO, a mineradora optou pelo HRC 8. O equipamento permitiu que a produção da planta atendesse a granulometria exigidas nas normas que especificam a remineralização. Com a mesma potência de 200 HP de um moinho de martelos, a Britaminas consegue produzir 30 vezes mais.

Seminário de Agregados – Francisco Ferreira Penço do Grupo Emal
A reinvenção diante da crise, tendo como base a eficiência de novas tecnologias
Para atravessar a crise, alguns produtores de areia e brita se reinventaram, inclusive com a entrada no segmento aquecido dos minerais para a agroindústria. Foi apresentado o caso de sucesso da Itaquareia, um dos maiores produtores do estado de São Paulo, que explora a areia em cava, apresentou-se expondo o desafio de beneficiar o grande estoque de pedrisco e areia grossa acumulados em seu processo. Segundo seus representantes, Roberto Freitas, gerente de produção e Sérgio Couto, engenheiro de minas, a solução encontrada foi adotar o britador de rolos HRC 800, da Metso.
A empresa possuia outro equipamento da mesma família, o HRC 8, porém como novo HRC 800, a Itaquareia aumentou sua produção em 30%, melhorando o formato do grão. Além do mercado tradicional de concreteiras, que trabalha com areias finas, a mineradora ingressou no nicho de areias especiais usadas em filtros, diversificando sua atuação. As modificações também incluíram um design mais compacto no processamento e o uso de transportadores de correias em substituição aos caminhões dentro da cava, o que rendeu uma operação como menos emissões de CO².

Sérgio Couto e Roberto Freitas da Itaquareia
No caso da Calwer Mineração, de Santa Catarina, a mudança também envolveu um equipamento da Metso: o britador MX3, aliás, um dos primeiros no mundo a ser comercializado.
A máquina substituiu um britador do tipo VSI, com produção de 30 t/h de areia industrial, dobrando a produção para 60 t/h, sem o aumento da potência instalada. Ao mesmo tempo em que manteve a cubicidade da areia, o MX3 eliminou a necessidade do uso de água e ampliou o tempo de troca dos materiais de desgaste e da própria manutenção. A economia de 10 horas diárias (hoje o equipamento não precisa operar 24 horas)paga o investimento no britador, comprovando o retorno do investimento da tecnologia e garantindo uma operação mais sustentável.
Houve ainda a participação do diretor de Assuntos Ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Rinaldo Mancin, que palestrou sobre barragens de rejeito e o futuro da mineração, com novos padrões globais de gestão de segurança e governança. “Temos que transmitir à sociedade que a indústria de mineração é capaz de aumentar a segurança operacional dos processos e, assim, evitar novos acidentes. Por isso, estamos trabalhando para que todos voltem a acreditar que estamos fazendo todo um trabalho para evitar novas ocorrências. Por isso, buscamos junto ao setor, em âmbito internacional, boas práticas para implementação no Brasil”, afirmou o Mancin.
Finalizando as palestras, Everson Cremonese apresentou um panorama das tecnologias que já estão dispnoníveis nas plantas de agregados, trazendo exemplos de aplicações em diversas localidades em que Metso atua. Segundo ele, o uso de recursos como automação em britadores e monitoramento da granulometria via análise de imagens em tempo real já são realidade. Outra novidade mundial é a adoção de plantas modulares e em contêiner.
“Independente da tecnologia, é fundamental entender a demanda do setor e o evento fortaleceu o diálogo da Metso com os produtores de agregados”, avalia.
“O Seminário foi importante para mostrar que o futuro já chegou ao setor de agregados minerais e poderá envolver, paulatinamente, vários tipos de inovações tecnológicas e de processo”, finaliza Cremonese.

Vai aqui o agradecimento e os cumprimentos da Revista Agregados Online à toda a equipe da Metso Brasil pelo convite para participação neste importantíssimo evento. Estamos juntos!
Debate em alto nível sobre o futuro do setor
Além dos exemplos reais de produtores de areia e brita, o Seminário de Agregados trouxe a experiência de três empresários do setor no debate, que encerrou o evento, coordenado pelo jornalista Nelson Valente, da Canaris Comunicação.
Participaram o presidente da Concresul e da Agabrita/Sindibrita do Rio Grande do Sul, Pedro Reginato, o presidente do Grupo Itaquareia e do Sindibrita de São Paulo, Antero Saraiva Júnior, e o presidente da Embu, Luís Eulálio Moraes Terra.
De maneira bastante clara e objetiva em relação aos desafios ainda enfrentados pelo país, mas acima de tudo otimista, cada um dentro de sua experiência cotidiana confirmou a presença de um ambiente pró-negócios no país, puxado principalmente pela estimativa de crescimento econômico.
Os empresários debateram sobre as projeções e tendências para o setor e ressaltaram que a economia está saindo de uma forte retração e isso refletirá drasticamente sobre a construção civil e, automaticamente, sobre o setor de agregados.

Seminário de Agregados – Debate entre grandes empresários do setor
Há bons indicativos que apontam o Brasil se preparando para entrar numa escala de ascensão, como: a estabilidade da inflação, diminuição de taxas de desemprego e manutenção dos juros em um patamar baixo e competitivo, tendo ainda uma atuação do Ministério da Infraestrutura, que vem trabalhando para o aumento de investimentos nesta área para enfim destravar o desenvolvimento do país.