Reflexões sobre o pós Covid-19 no segmento de explosivos industriais
Reflexões sobre o pós Covid-19 no segmento de explosivos industriais
A Covid-19 se transformou em uma crise global, evoluindo em alta velocidade e sem deixar nenhuma indústria imune, incluindo a de explosivos industriais. A doença desequilibrou as economias em todo o mundo, introduziu novos desafios com a ausência física dos trabalhadores e as limitações de deslocamento.
O Brasil, como os demais países, entrou em uma recessão – que já foi batizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de “O Grande Confinamento”.
O segmento de explosivos industriais não caminhou para uma crise robusta, mas teve que promover mudanças em sua base estrutural. Felizmente, os nossos fabricantes se movimentaram rapidamente para preservar a integridade de suas operações e proteger seus colaboradores. Agilidade, escalabilidade e automação foram atitudes tomadas para esta nova era pós- pandemia.
Com habilidade crítica para os negócios, os fabricantes anteciparam diversas atitudes. Graças a isso, hoje temos uma força de trabalho adaptável e ambientes digitais devidamente adequados, com modernos sistemas de TI e IoT.
O mercado global de explosivos industriais, que foi avaliado em US$ 7,1 bilhões em 2019, está sendo projetado para US$ 10,9 bilhões em 2027, crescendo a uma taxa anual de 5,5% segundo a Allied Market Research. A América Latina e, particularmente o Brasil, terão um crescimento expressivo.
O aumento da demanda mundial pelos minerais justifica o crescimento projetado para o segmento, além do crescimento de recursos como detonações e implosões programadas nas obras industriais, o que reduzirá custos e demanda de mão de obra.
Para o futuro, em um primeiro momento, as empresas irão explorar a diversificação da cadeia global de suprimentos na fabricação de explosivos industriais e se adaptar às mudanças nas demandas dos clientes. E médio e longo prazo, será implementada uma diversificação do portfólio de produtos e serviços. E o Brasil, em geral, se tornará mais digital.
Duas coisas devem ser consideradas ao planejar os próximos passos: garantir a segurança contínua de seus colaboradores e reduzir o risco de qualquer interrupção futura em seus negócios e nos de seus clientes, uma vez que governos e empresas reduziram seus orçamentos e mudaram suas prioridades.
Apesar de ser uma parte pequena do setor de produtos químicos, a indústria de fabricação de explosivos desempenha um importante papel na qualidade de vida das pessoas. Utilizamos todos os dias toneladas de britas, minerais nobres são utilizados em larga escala para a fabricação de lâmpadas, telefones, televisores, veículos, produtos de higiene e limpeza, cosméticos, medicamentos e, principalmente, alimentos – todos esses itens dependem da extração de minerais que é feita com o uso de explosivos.
A exploração mineral também fornece materiais como pedra, calcário e cimento, principais produtos da construção. Portos e rios são constantemente aprofundados e alargados para permitir um tráfego marítimo mais intenso, ferrovias e estradas construídas para permitir o escoamento da produção nacional – incluindo trabalhos em exploração de petróleo e gás, produção de energia, construção de túneis e rodovias e oleodutos.
Espera-se que governos e autoridades públicas se conscientizem de que aumentar os gastos em projetos de infraestrutura irá revigorar a indústria que já está sendo retomada em “V”. No entanto, é provável que o sucesso dos esforços do governo para investir seja limitado, dependendo em parte de sua posição financeira e dívidas atuais.
* Ubirajara D’Ambrosio é Mestre em Mercadologia credenciado pelo MEC /Min. Trabalho, especializado em Economia para Negócios pela Cornell University, tendo ainda curso de Ciências Econômicas pela PUC-SP e Tecnologia Elétrica pelo Mackenzie. Construiu sua carreira atuando como CEO de diversas multinacionais, tendo grande experiência em processos de reengenharia, terceirização, planos estratégicos e potencialização de lucros e revitalização de negócios e empresas, desempenhando participações em várias cisões, fusões, incorporações e outros tipos de acordos entre empresas. No segmento de explosivos industriais, atuou como Diretor Comercial da IMBEL. É membro do COMIN – Comitê da Cadeia Produtiva da Mineração da Fiesp; Conselheiro da Comissão de Produtos Controlados do DFPC; Diretor do COMDEFESA/DESEG; Membro da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, CSPCCO da Polícia Federal. Desde 2004 preside o SINDEX – Sindicato da Indústria de Explosivos no Estado de São Paulo e desde 2017 é o atual presidente da ABIMEX – Associação Brasileira das Indústrias de Materiais Explosivos e Agregados.
Contato: ubirajara@abimex.ind.br