Pesagem dinâmica garante mais eficiência e confiabilidade no manuseio de agregados
Principais ganhos da pesagem dinâmica se referem à precisão e confiabilidade na informação de produção e peso, qualidade do produto final nos processos de dosagem e maior controle operacional nos processos de enchimento
Instaladas em transportadores de correia para a pesagem do fluxo de materiais conduzidos por eles, as chamadas balanças integradoras de pesagem contínua podem trazer diversos benefícios para as pedreiras, como a redução da perda de produção e maior segurança operacional.
Neste tipo de pesagem, o material sobre a correia transportadora tem seu volume determinado e integrado no tempo, mas, para isto é preciso instalar sobre os roletes uma plataforma de pesagem com o comprimento determinado pelas condições físicas do transportador/carga.
“A partir de então, é gerado um sinal elétrico proporcional ao peso, enquanto um segundo sensor mede e gera um sinal elétrico equivalente à velocidade da correia transportadora. Estes dois sinais elétricos alimentam um módulo eletrônico que são computados e transformados em informação de fluxo”, diz o gerente de Produto da MS Instrumentos, Pedro Bernardo F. Filho.
Para que este processo seja o mais eficiente possível, ele explica que o primeiro passo é determinar qual será a fundação da pesagem – controle de processo ou consolidação de produção – e, então, definir a precisão desejada. “Depois disso é preciso determinar qual a frequência de ajustes de calibração, pois as balanças para correias transportadoras tem o comportamento similar aos materiais rodantes, ou seja, sempre precisam de ações de ajustes”, completa o gerente, ressaltando que a mesma balança, instalada em transportadores diferentes, pode mostrar precisões operacionais distintas e possuem diferentes frequências de demanda para ajustes de calibração.
Entre os indicadores que os sistemas de pesagem dinâmica (ou contínua) podem indicar, estão o fluxo instantâneo em toneladas por hora, totalização de operação e geral, velocidade da correia e peso por metro.
As informações são da Toledo do Brasil, uma das líderes na área de pesagem. “Vale ressaltar que os principais ganhos do uso desta tecnologia se referem à precisão e confiabilidade na informação de produção e peso, qualidade do produto final nos processos de dosagem e maior controle operacional nos processos de enchimento”, destaca o supervisor de Pesagem em Movimento da empresa, Rafael Balsanelli.
Segundo ele, os sistemas de pesagem dinâmica em transportador de correia da Toledo do Brasil são compostos pela balança integradora linha 9270, que inclui uma ponte de pesagem modular, indicador de peso, sensor de velocidade (tipo indutivo ou encoder incremental para medição de velocidade) e software modelo 9270 Dantanet para gestão das informações de pesagem e produtividade.
Na MS Instrumentos, os projetos de ponte de pesagem dinâmica que ganham destaque são os do tipo ponte flutuante, onde o peso é transmitido para o sensor diretamente, sem pivôs e partes sujeitas a desgaste, e o modelo de ponte contrabalançada, no qual o peso morto de roletes e correia são eliminados no processo de pesagem.
Peso ou volume: impactos causados pelas mudanças na legislação
Recentemente, uma mudança na legislação brasileira estabeleceu a medição por peso, ao invés de volume (m3), dos materiais produzidos nas pedreiras. Mas qual é a percepção das empresas do setor a respeito dessa mudança? Para a Bextra, empresa focada em soluções de pesagem industrial, a novidade tende a ser positiva. “Mais séria, a nova legislação possibilitará mais transparência entre cliente e fornecedor”, diz o diretor geral da companhia, Dante Maestri.
Quem corrobora com esta visão é Rafael Balsanelli, da Toledo do Brasil. “O perfil de produtos que são transportados em correia não possuem uma densidade exata e constante, o que gera incertezas na mediação por volume. A forma de medição por peso leva em consideração o peso real do produto no instante da verificação, o que traz maior confiabilidade na informação para os processos e reduz as incertezas de medição”, ressalta.
O executivo da MS Instrumentos, no entanto, lembra que muito ainda precisa ser feito quanto à pesagem dinâmica. “É preciso criar as normas de certificação de balanças dinâmicas, a exemplo das normas do OILM 50. Os fabricantes de balanças, por sua vez, devem obter estas certificações e considerar que a venda de balanças não tenha apoio no menor preço e, sim, na necessidade da pesagem em si. O Brasil é o único do grupo dos países com maior produção mineral que não possui a certificação de balanças para propósitos comercias”, finaliza Pedro Bernardo F. Filho.