Peneiramento de finos: como obter o máximo desempenho
Principais fabricantes apresentam os diferenciais de suas tecnologias para peneiramento de finos com mínimas granulometrias
Trouxemos anteriormente um panorama sobre a utilização do filler de agregados, material fino produzido através da moagem de calcário, basalto e outros materiais, que tem ganhado cada vez mais espaço no mercado. Agora vamos trazer um pouco mais sobre equipamentos indispensáveis para a produção de materiais finos oriundos de agregados, cujo exemplo mais proeminente hoje são as areias manufaturadas. Estamos falando especialmente das peneiras vibratórias.

Peneira de Alta Frequência – ASTEC
Para a Astec, fabricante mundial de peneiras há mais de 40 anos, as peneiras de alta frequência são ideais para o peneiramento de matérias abaixo de 19 mm. Isso porque a segregação dos finos demanda baixa amplitude – para que o material fique o mais próximo possível da tela – e alta frequência – para aumentar a probabilidade de separação.
Lorena Lopes Lúcio, Engenheira de Minas e atuante na Engenharia de Aplicação do setor Comercial da companhia, explica que optar pela peneira de alta frequência com área de peneiramento suficiente para a quantidade de alimentação, estudar quais os parâmetros de amplitude e vibração são ideais para aquele tipo de alimentação e corte, e selecionar a melhor inclinação para a aplicação, são algumas das recomendações para quem busca o máximo desempenho no peneiramento de finos. “Todas essas determinações podem ser conseguidas com o auxílio da Engenharia de Aplicação feita durante os estudos do processo do cliente”, acrescenta.
Na visão da Simplex Equipamentos, alguns outros fatores também são fundamentais, como manter a regularidade da faixa granulométrica do material de alimentação, controlar o volume de alimentação conforme definido na aplicação e manter a umidade abaixo de 3% nos peneiramentos a seco. “Vale dizer que no peneiramento de alta frequência trabalha-se com maiores acelerações, bem como menores amplitudes se comparado com os equipamentos convencionais”, destaca Guilherme Lago, da área de Engenharia de Aplicação da companhia.
Quem complementa as orientações é a Weir, que reforça a importância dos clientes sempre estarem atentos às recomendações de manutenção do manual fornecido juntamente com os equipamentos.

Vanderlei Matos da Weir
“Nós também recomendamos a utilização de peças genuínas. Com a nossa marca FUSIONCAST®, por exemplo, disponibilizamos telas em metal, borracha e poliuretano especialmente desenvolvidas para o mercado de Mineração e Agregados”, conta Vanderlei Fonseca Matos, Engenheiro de Aplicação da empresa.
A busca pelo equipamento ideal
Com os equipamentos para peneiramento de finos sendo cada vez mais procurados, principalmente pela alta demanda de produção de areia artificial, as fabricantes de peneira tem se preparado para abastecer o mercado com tecnologia de ponta.
As peneiras de alta frequência da Astec, por exemplo, são equipadas com vibradores hidráulicos, com rotação de até 4200 RPM. Além disso, os equipamentos foram projetados para demandarem o mínimo de manutenção. “Nossas peneiras permitem a alteração e personalização de vários parâmetros de operação de acordo com a necessidade do cliente, tais como a alteração de amplitude e rotação individual para cada vibrador, inclinação de até 45° e uma gama de possibilidades de telas. Desta forma, nosso objetivo é selecionar a menor malha possível de modo que não haja cegamento e possamos ter um controle sobre a eficiência da peneira atuando nestes parâmetros. Ou seja, com estes ajustes podemos controlar a quantidade de finos no produto final”, salienta Lorena.

Planta de processamento de agregados da ASTEC
Especificando um pouco mais, a configuração individual para cada vibrador permite que o cliente opte por desligar separadamente cada vibrador caso queira segregar um pouco menos o material, ou ligar todos os vibradores para um amplo peneiramento. A inclinação, por sua vez, pode ser alterada de acordo com a necessidade de tempo de permanência que o material precisa ter com a superfície. “Todas as tecnologias implantadas e utilizadas em nossas peneiras foram amplamente estudadas e aplicadas pelas empresas do grupo nos Estados Unidos. Além disso, seguimos rigorosamente o padrão de fabricação da AMS. Nossos motovibradores são importados, o que é um dos grandes diferenciais do equipamento”, reforça a Engenheira.

Peneiras de Alta Frequência – Simplex
A Simplex Equipamentos, por sua vez, oferece peneiras de alta frequência para trabalhar tanto via seca quanto via úmida. “Nossas soluções possuem um sistema inteligente que desobstrui as malhas em aplicações difíceis, garantindo que a área de peneiramento se mantenha livre e, também, que a operação ocorra como previsto para a aplicação”, diz Lago.
Entre as características das peneiras vibratórias de alta frequência da linha SXPMV, que atendem a classificação de materiais com propriedades granulométricas entre 0,6 e 6,0 mm, destacam-se:
Motovibradores independentes controlados por inverso de frequência;
Excelente eficiência de classificação fina;
Capacidade para operar com inclinações entre 30º e 40º;
Amplitude entre 0,5 e 2,5 mm;
Velocidade ajustável entre 3000 e 4000 rpm;
Disponíveis com 1 ou 2 decks;
Enclausuramento para contenção e captação de pó.
Já a Weir divide a sua oferta em duas linhas principais: as peneiras horizontais da marca TRIO® para peneiramentos convencionais com aberturas/corte a partir de 1,5mm, dependendo da aplicação, e as peneira vibratórias horizontais da linha ENDURON® para cortes a partir de 0,5mm em aplicações de classificação, deslamagem ou proteção. Nessa mesma linha de produto, encontram-se as peneiras desaguadoras de movimento linear, que possibilitam um corte até 150 microns.

Peneira Weir/ENDURON
“As peneiras horizontais da linha TRIO® possuem três eixos auto sincronizados através de uma caixa de engrenagens, permitindo o movimento elíptico e facilidade de ajustes em campo. Essa peneira possui elevada força “G”, o que possibilita maior eficiência no peneiramento de materiais com alto teor de argila”, conta Matos. As peneiras ENDURON®, por sua vez, possuem grande versatilidade, estando presente desde aplicações para recuperação de finos de carvão até desaguamento com classificação até 150 µm. “Elas também possuem proteções anti-corrosão com aplicação de uma pasta tixotrópica (viscosa) em todo contato metal/metal, o que permite a melhor adesão entre essas partes”, complementa.

Peneira Weir/TRIO TTH6203
Matos explica, ainda, que a combinação de três eixos das peneiras TRIO® proporciona um movimento elíptico agressivo para melhor liberação dos materiais finos para peneiramento a seco, visando a melhor eficiência e produtividade. Com o ajuste da amplitude, velocidade e ângulo de operação, é possível regular a peneira para a melhor velocidade de material sobre o deck, garantindo o tempo de residência adequado para estratificação, classificação e repetibilidade do material.
Para completar, Weir possui em seu portfólio um sistema de monitoramento chamado SYNERTREX®. A ferramenta monitora parâmetros críticos de funcionamento dos equipamentos da marca, como velocidade e frequência, aceleração, temperatura e amplitude. Com isso, é possível prever falhas precoces, reduzir o tempo de inatividade das peneiras e otimizar a eficiência operacional delas.
A finlandesa Metso Outotec também fica entre as fabricantes que se destacam na oferta de peneiras. Para finos abaixo de 5 mm, a companhia oferece três tipos de equipamentos: a peneira CBS, que é frequentemente utilizada no peneiramento de finos e na classificação de pó de pedra e areia de brita; a peneira Tyler-Hummer, para classificação de finos a seco na faixa de 3,2 a 0,1 mm; e a peneira horizontal LH, para classificação de finos a úmido.

Peneira Metso – Série CBS
“As peneiras CBS possuem características únicas, como o sistema de fixação de telas por mini-quatro, permitindo a fácil mudança dos tipos de telas. Podemos citar ainda uma altura maior entre os decks que facilitam a manutenção e o acionamento direto, que aumenta a segurança”, diz Toshihiko Ohashi, Gerente de Aplicação da Metso Outotec.
Para os modelos Tyler-Hummer, o sistema de acionamento simples e ajuste de frequência efetivo que acompanham o equipamento se sobressaem. Além disso, trata-se de uma peneira totalmente enclausurada, com alto ângulo de inclinação e alta aceleração. “Já a peneira horizontal LH possui alta robustez e versatilidade, podendo ser utilizada até mesmo em aplicações de desaguamento com inclinação negativa”, conclui Ohashi, ressaltando que, nos peneiramentos finos a seco em condições difíceis, a Metso Outotec dispõe de batedores com rolos de poliuretano que promovem o desentupimento da tela, aumentando a eficiência de classificação.

Peneira Metso Tyler-Hummer
Na Haver & Boecker Niagara, o destaque fica por conta de uma solução dedicada para o peneiramento de finos: as peneiras de movimento linear (horizontais) para cortes de até 0,40 mm.
“Acionadas por duplo eixo ou excitadores, elas possuem rotação de 1000 a 1200 RPM, telas metálicas especiais para classificação fina e sistema de bolas batedoras instaladas na parte inferior das telas para auxiliar na limpeza/desobstrução das mesmas. Além disso, nossas peneiras possuem ajuste dinâmico através da amplitude e rotação”, enfatiza Denilson Moreno, Gerente Comercial de Equipamentos da empresa.

Peneira HBN L-Class

Denilson Moreno da Haver
As peneiras vibratórias horizontais de movimento linear da HBN, aliadas a performance das telas metálicas autolimpantes e ao sistema de limpeza das telas, garantem a eficiência da classificação fina.
“Esta tecnologia prevê taxa de comprimento versus largura de até 5.3 vezes, condição que resulta em maior tempo de residência do material sobre as telas, culminando na alta eficiência da classificação”, finaliza Moreno.