Paving Expo & Conference movimentou positivamente a cadeia produtiva de pavimentação
Paving Expo & Conference movimentou positivamente a cadeia produtiva de pavimentação
“Além de apresentar soluções inovadoras e lançamentos para o mercado de pavimentação, o evento também proporcionou assuntos que norteiam o segmento de pavimentação por meio de workshops e seminários técnicos”
Guilherme Ramos
Quando encontramos ruas e estradas com muitos buracos, que afetam a vida cotidiana das pessoas e acarretam prejuízos, a sensação que temos é de que a culpa decorre apenas da qualidade da matéria-prima aplicada, seja asfalto ou concreto. Mas a verdade é que existem outras variáveis que são tão importantes quanto os insumos neste processo de pavimentação e passam por fatores como o tipo de equipamento utilizado, procedimento adotado e o critério técnico.
Em entrevista exclusiva para a Revista Agregados Online, Guilherme Ramos, Engenheiro e Diretor da STO Feiras e Eventos, empresa responsável pela organização da Paving Expo & Conference, comenta sobre todos estes aspectos relacionados ao setor, bem como o que ainda podemos esperar nesta área para 2019.
AO: Qual a sua avaliação sobre o mercado de pavimentação nos últimos anos e especialmente para 2019?
O mercado de pavimentação vem realizando investimentos para oferecer soluções em equipamentos, tecnologia, produtos e materiais eficientes para atender a demanda de ruas e estradas do país. No entanto, em decorrência da atual conjuntura econômico vivenciada no Brasil, os investimentos nesse segmento continuam tímidos ante o desafio de melhorar a infraestrutura viária e rodoviária. A recente pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes sobre que as condições gerais das rodovias brasileira melhoraram um pouco, mas a situação do pavimento continua apresentando índices de deficiência na casa dos 50%.
AO: Como vocês avaliam a relação do mercado de pavimentação com o setor de agregados?
O setor de agregados é extremamente importante para o mercado de pavimentação. Sem o agregado não há pavimento, uma vez que eles funcionam como um meio de ligação para formação de materiais compostos, como betumes e concreto de cimento, sendo, então, determinantes para a qualidade do material que será empregado em um processo de pavimentação.
AO: É possível estabelecer um tripé conectando agregados-pavimentação-qualidade do produto final?
Sim, porque os agregados influenciam a capacidade de transferência de carga dos pavimentos. Existe uma grande variedade de agregados que podem ser utilizados em revestimentos asfálticos, por isso é importante conhecer bem as características de cada agregado, a fim de aplicá-los de acordo com a finalidade da obra.
AO: Como as novas tecnologias contribuem para a o desenvolvimento da qualidade das operações de pavimentação?
O desenvolvimento de novas tecnologias é essencial para melhorar a eficiência, a qualidade, a dureza, a resistência e a durabilidade do pavimento, além de aumentar a produtividade de toda a operação. O Evotherm, por exemplo, possibilita a elevação da adesividade do asfalto com o agregado, resultando em uma superfície mais homogênea, além de proporcionar uma maior resistência ao tráfego de veículos.
AO: Ainda falando sobre qualidade, por que a pavimentação realizada corriqueiramente nas cidades ainda é tida como de baixa qualidade?
As companhias envolvidas nesse segmento conhecem profundamente o que precisa ser feito, mas é preciso haver um trabalho em conjunto com a iniciativa pública para resultar em uma decisão assertiva sobre quais matérias-primas, equipamentos e metodologia devem ser utilizadas em cada situação. Uma questão fundamental é o conhecimento sobre esse mercado. Infelizmente, quando se vê nas ruas e estradas tantos buracos, a sensação é de que a culpa decorre apenas da qualidade da matéria-prima aplicada, mas, a verdade é que outras variáveis são importantes no processo de pavimentação, como o tipo de equipamento, o procedimento e critério técnico selecionados pela empresa contratada pelo órgão público local para a execução do serviço.
AO: De que forma que a Paving Expo contribuiu positivamente com este cenário?
A Paving Expo teve a proposta de ser um evento diferenciado, ao englobar tudo o que está relacionado ao setor. Além de apresentar soluções inovadoras e lançamentos em produtos da cadeia produtiva da pavimentação, também proporcionou um debate dos assuntos mais importantes que norteiam o segmento bem como workshops e seminários técnicos para a atualização de conhecimento por parte de profissionais.
AO: Sendo o agregado um elemento praticamente fundamental para a pavimentação de vias, o que a Paving Expo trouxe especificamente como conteúdo dedicado à indústria de agregados?
A Paving Expo & Conference reuniu dois eventos de conteúdos ligados direta ou indiretamente ao segmento de agregados: o “Workshop do Asfalto” e o “Seminário de Solos e Asfaltos”. O primeiro deles abordou a caracterização e seleção de ligantes e misturas asfálticas sob a ótica do desempenho; o uso de fresado com agente rejuvenescedor em rodovias com elevado volume de tráfego; e o uso do sistema Strata, da Betunel, como membrana asfáltica antifratura), resistente à propagação de trincas. Já o “Seminário de Solos e Asfaltos”, foi divido em quatro temas principais: a influência dos ligantes no desempenho da mistura asfáltica; nanotecnologia na estabilização de solos tropicais “in situ”; gás GLP, suas aplicações e benefícios em usinas de asfalto e sistemas de monitoramento remoto de funcionamento SM Connect; e o uso de solos plásticos estabilizados quimicamente com DYNABASE, para uso em camada de base em uma estrutura do pavimento.