Para o mercado de explosivos, otimismo também é palavra-chave em 2020
O mercado de explosivos mostra otimismo
Estamos iniciando 2020 com otimismo e confiança no crescimento do Brasil e particularmente para o mercado de explosivos utilizados em grandes projetos e com demanda intensiva.
A produção de explosivos civis entra em uma nova fase de prosperidade a partir de 2020, quando a demanda global indica a necessidade de exploração de novos minerais nobres e novas fontes energéticas.
Trata-se de um segmento que abrange mais de 300 espécies de minérios que utilizam em sua grande maioria os explosivos para sua exploração e que tem como destino final as mais diversas atividades na construção civil (rodovias, ferrovias, hidroelétricas e termoelétricas), além de gerar matéria-prima para produtos de consumo (computadores, televisores, utilidades domésticas, combustível, fertilizante, utensílios domésticos, material de escritório, ferramentas e produtos de laser e saúde).
Praticamente tudo o que consumimos utiliza explosivos para sua exploração e podemos afirmar com toda a certeza que eles CONSTROEM E NÃO DESTROEM como às vezes é apresentado erroneamente perante a opinião pública.
O Brasil possui quase 10.000 minas em regime de concessão de lavra, de acordo com as informações mais atuais. Essa indústria que é o principal utilizador de explosivos civis gera um PIB de 4,2% (inclui petróleo e gás) e responde por 16,8% do PIB Industrial.
O País produz mais de 2 bilhões de toneladas de minérios ao ano, o que movimentou US$ 34 bilhões (2018). Para o período 2018-2022 a expectativa das mineradoras é atrair US$ 19,5 bilhões em investimentos privados.
A indústria da mineração é importante recolhedora de tributos e, também, de taxas e compensações, como é o caso da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).
Já na construção civil as perspectivas são otimistas, visto termos mais de 4300 obras paralisadas. Este mercado receberá até 2024 R$ 759,6 bilhões em investimentos, um crescimento significativo se comparado com os períodos de estagnação desse segmento nos últimos anos.
Em 2022 o mercado de explosivos civis na América do Sul será de US$ 1,4 bilhões movimentando enormes cifras em exportações e o Brasil deve participar deste mercado com 55%.
Em 2024 o mercado global de explosivos civis será de aproximadamente US$ 15 bilhões (US$ 13 bilhões na mineração e US$ 2 bilhão na construção civil) que representam 23 milhões de ton métricas.
Com esse enorme crescimento global na produção de explosivos civis esperam-se restrições rigorosas de órgãos de proteção ambiental o que obrigará os fabricantes de explosivos a intensificarem sua escalada de produção para o patamar 4.0 utilizando em larga escala IoT com produção e utilização mais eficiente reduzindo o impacto ambiental, além de obrigatoriedades processos de modernização em saúde e segurança.
Esta tendência indica uma clara preferência pelo uso de equipamentos e acessórios de detonação livres de risco, sistemas de iniciação e agentes de expansão, utilização de drones, enchimento autônomo e caminhões contendo emulsão ou blendados totalmente autônomos, incluindo veículos para tamponamento de furos. Essas serão as tendências do mercado de explosivos civis no país.
No Brasil já podemos contar com empresas que dominam essas tecnologias e que deverão apresentar novidades na BLASTECH – Encontro Técnico de Explosivos Industriais que irá congregar as empresas produtores de explosivos, fornecedores de MP, serviços e equipamentos para a cadeia produtiva dos explosivos industriais bem como ter uma relação mais próxima com os principais setores consumidores como a construção civil, a mineração, desmonte de rochas, pedreiras e as que administram implosões.
Sim. Estamos otimistas e acreditamos na retomada das atividades industriais do Brasil.
* Ubirajara D’Ambrosio é Mestre em Mercadologia credenciado pelo MEC /Min. Trabalho, especializado em Economia para Negócios pela Cornell University, tendo ainda curso de Ciências Econômicas pela PUC-SP e Tecnologia Elétrica pelo Mackenzie. Construiu sua carreira atuando como CEO de diversas multinacionais, tendo grande experiência em processos de reengenharia, terceirização, planos estratégicos e potencialização de lucros e revitalização de negócios e empresas, desempenhando participações em várias cisões, fusões, incorporações e outros tipos de acordos entre empresas. No segmento de explosivos industriais, atuou como Diretor Comercial da IMBEL. É membro do COMIN – Comitê da Cadeia Produtiva da Mineração da Fiesp; Conselheiro da Comissão de Produtos Controlados do DFPC; Diretor do COMDEFESA/DESEG; Membro da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, CSPCCO da Polícia Federal. Desde 2004 preside o SINDEX – Sindicato da Indústria de Explosivos no Estado de São Paulo e desde 2017 é o atual presidente da ABIMEX – Associação Brasileira das Indústrias de Materiais Explosivos e Agregados. Contato: ubirajara@abimex.ind.br