Os impactos da Covid-19 no mercado de explosivos
Um duro golpe no crescimento do PIB por conta da Covid-19
A economia brasileira foi fortemente impactada pela crise provocada pela Covid-19. Com a paralisação de grande parte da atividade econômica, o PIB (Produto Interno Bruto) foi duramente afetado. De um pequeno crescimento previsto, passamos para uma queda de mais de 5%, segundo as últimas estimativas.
Apesar disto, a fabricação de explosivos segue normalmente, não havendo desabastecimento, como muitos temiam.
Vale lembrar que o insumo é fundamental para todas as indústrias de transformação que utilizam minérios como matéria-prima para a produção de bens essenciais. O desenvolvimento de uma nação e o bem-estar de sua população não existem sem o uso da mineração que se inicia em grande parte com a utilização dos explosivos.
Graças ao fato de boa parte dos fabricantes de explosivos possuírem frota própria, os transportes seguem o ritmo normal. Apesar da postergação de vários projetos, a construção civil continua com suas obras. As mineradoras seguem em ritmo normal, até com acréscimo nas exportações. As siderúrgicas, por sua vez, devem registrar restrições na produção de ferro e outros produtos de consumo popular.
Devemos ficar atentos aos gargalos que deverão afetar diretamente as pequenas e médias empresas, como o baixo nível de capital de giro, estoques elevados na ponta do comércio, inadimplência, manutenção de mão de obra especializada e postergação de pagamentos.
A expectativa de crescimento para o segundo semestre, com 148 projetos de infraestrutura, já não existe mais.
Devemos sentir um “vazio” de encomendas nas lojas de materiais de construção e produtos finais, logo, todas as atividades deverão ser replanejadas para que possam se enquadrar à nova realidade.
Como perspectivas temos o planejamento do governo Federal para o pós-crise que deverá envolver setores vitais da economia, como saneamento, habitação, energia e transporte. O programa prevê um pacote de investimentos públicos e privados para impulsionar a retomada da economia após a epidemia do coronavírus. A infraestrutura na qual se consome grandes quantidades de explosivos, direta ou indiretamente será a grande alavanca para a volta do crescimento no pós-crise.
Temos ainda como forte aliados a FIESP e o CIESP, que têm proposto medidas de ajuste e aconselhamento para trazer a atividade industrial à normalidade. Enquanto isso, meu conselho é: Mantenha a calma e continue.
* Ubirajara D’Ambrosio é Mestre em Mercadologia credenciado pelo MEC /Min. Trabalho, especializado em Economia para Negócios pela Cornell University, tendo ainda curso de Ciências Econômicas pela PUC-SP e Tecnologia Elétrica pelo Mackenzie. Construiu sua carreira atuando como CEO de diversas multinacionais, tendo grande experiência em processos de reengenharia, terceirização, planos estratégicos e potencialização de lucros e revitalização de negócios e empresas, desempenhando participações em várias cisões, fusões, incorporações e outros tipos de acordos entre empresas. No segmento de explosivos industriais, atuou como Diretor Comercial da IMBEL. É membro do COMIN – Comitê da Cadeia Produtiva da Mineração da Fiesp; Conselheiro da Comissão de Produtos Controlados do DFPC; Diretor do COMDEFESA/DESEG; Membro da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, CSPCCO da Polícia Federal. Desde 2004 preside o SINDEX – Sindicato da Indústria de Explosivos no Estado de São Paulo e desde 2017 é o atual presidente da ABIMEX – Associação Brasileira das Indústrias de Materiais Explosivos e Agregados.
Contato: ubirajara@abimex.ind.br