Gestão de MRO: desafios e benefícios para os produtores de agregados
Apesar de desafiadora, a gestão de MRO é capaz de gerar impactos operacionais e financeiros significativos para as empresas
Além de ser essencial para o funcionamento de qualquer empresa, a gestão de MRO é também um desafio e tanto para quem está à frente da logística e do controle de suprimentos de uma organização.
Caso você não esteja familiarizado com o termo, explicamos: a sigla MRO representa as iniciais das palavras Manutenção, Reparos e Operações – elementos muito presentes na rotina dos produtores de agregados, conforme detalharemos abaixo:
Manutenção: inclui todos os materiais necessários para a rotina da planta, o que vai desde materiais de limpeza até ferramentas operacionais. Tudo é englobado dentro do conceito de que são itens indispensáveis para que a produção se desenvolva e para que os processos das empresas funcionem plenamente.
Reparos: nesta categoria estão os itens utilizados em possíveis consertos, como soldas, parafusos, entre outros.
Operação: engloba tudo que é fundamental para a operação. São itens como EPIs, ferramentas de ajustes de equipamentos, instrumentos de testes e o que mais for necessário.
Entre as características que tornam a gestão de MRO complexa, algumas se destacam. De acordo com um artigo publicado pela Slimstock, empresa especializada em otimização de estoque, as cinco principais são:
1. Grande volume de itens
As empresas frequentemente têm dezenas de milhares de itens de MRO em seus cadastros e não é raro que eles apresentem problemas como erros nos parâmetros informados, itens em duplicidade ou o tratamento de itens substitutos. Quando essas inconsistências se repetem por muito tempo, elas podem resultar em grandes excessos de estoque a longo prazo.
Associada à grande quantidade de itens está a grande quantidade de fornecedores. É muito frequente que as empresas tenham problemas de eficiência em relação ao processo de criação de uma agenda de compras de acordo com a relevância de cada fornecedor, considerando-se fatores como custos e criticidade dos itens. O reflexo da falta de eficiência são as compras urgentes e recorrentes, equipes de compras sobrecarregadas, fretes mais caros e baixo balanceamento de estoque nos itens.
2. Irregularidade e baixo giro na demanda
Alguns estudos mostram que os itens de alto giro e, portanto, de maior previsibilidade, geralmente representam menos de 15% do portfólio de itens de MRO. Aqueles que representam 85% dividem-se entre itens sem giro ou itens com diferentes níveis de irregularidade. O desafio que a questão do giro traz é a falta de previsibilidade e, consequentemente, do risco de excesso ou falta de estoque.
3. Criticidade
Ainda que a maioria das empresas possua critérios para determinar quais itens são efetivamente críticos para a operação, em geral os processos para aplicá-los nem sempre são seguidos à risca. Como consequência, raramente a criticidade constante dos cadastros dos itens é consistente, de forma que muitos itens falsamente críticos são comprados e armazenados desnecessariamente.
Em suma, itens imprescindíveis para que a produção não pare devem sempre estar disponíveis no estoque. Embora isso seja óbvio para qualquer gestor, os estudos indicam que a identificação correta desses itens nos sistemas é frequentemente um gargalo.
4. Obsolescência
O nível de itens obsoletos também é um fator de atenção para os gestores, sendo frequentemente a primeira razão que os leva a buscar uma solução mais estruturada para a gestão de MRO.
O crescimento do nível de obsoletos é, em geral, consequência das características discutidas anteriormente, ou seja, a grande quantidade de itens, o baixo giro e as dificuldades de estruturação de um processo de planejamento e compras adequado. Essas características frequentemente levam a compras em excesso, fazendo com que parte das quantidades adquiridas fiquem sobrando por longo tempo.
Há ainda a questão de inovações e mudanças tecnológicas. Os fornecedores atualizam seus portfólios de produtos, muitas vezes tornando obsoletos itens que foram comprados pela empresa e que nem sequer foram usados.
5. Baixa relevância e visibilidade para a organização
O ponto mais crítico para a adoção de práticas mais avançadas para a gestão de itens de MRO, costuma ser a relevância desse tema dentro da organização. Pelo fato do valor de estoque dos itens de MRO ser materialmente menos relevante quando comparado aos estoques de produtos finais, itens intermediários e matérias-primas, sua prioridade para a gestão também é reduzida.
No entanto, há muitos outros custos que podem estar ocultos e que frequentemente não são mensurados, como a quantidade de planejadores e compradores necessários para lidar com essa complexidade, os impactos das compras urgentes sobre o custo de frete, além dos custos adicionais de armazenamento e descarte.
Agora que as principais características que tornam a gestão de MRO complexa foram apresentadas, vale dizer que, apesar de desafiadora, a adoção desta prática pode trazer uma série de benefícios para o dia a dia das pedreiras.
Para começar, uma boa gestão de estoque sempre irá gerar impactos financeiros positivos para uma empresa, uma vez que a manutenção garante que as atividades da planta se mantenham sempre em nível elevado e que o bom gerenciamento de ferramentas evita que a operação fique parada por longos períodos em decorrência da falta de material.
Por fim, à medida que há uma organização maior dos itens, consequentemente, os processos serão otimizados e algumas tarefas passarão a ser realizadas em menor tempo.
Com quem os produtores de agregados contam na gestão de MRO?
Atualmente, existem empresas especializadas no desenvolvimento de soluções que auxiliam na gestão de materiais, como é o caso da MRO Logistics. Presente em 16 estados brasileiros e em outros países como Colômbia, Chile e
África do Sul, a companhia se apresenta como prestadora de serviços logísticos para empresas de base e/ou intensivas em capital, com foco em gestão de materiais (armazenagem, transporte, movimentação e preservação) e planejamento (reposição, otimização dos estoque, diligenciamento e compras).

Marcelo Lara
“Por sermos especializados em planejamento de estoques, estamos acostumados a gerenciar clientes com mais de 100 mil SKUs (Stock Keeping Unit), criando política de estoques adequada para cada item, com metodologia e acompanhamento diário da reposição. Temos bastante flexibilidade para desenhar soluções complexas para nossos clientes, incluindo os de mineração”, diz Marcelo Lara, Diretor Comercial da MRO Logistics.
Lara reforça que é possível trabalhar sem o excesso de peças em estoque, porém evitando que haja falta deles. “O segredo está no dimensionamento correto dos estoques de segurança, o que envolve uma adequada previsão de demanda, visibilidade da cadeia e metodologia para definição dos pontos de pedido e reposição diária dos materiais. Uma rotina de gestão e monitoramento por KPIs é essencial para avaliar os resultados das ações que são tomadas no dia a dia”, conclui.

Daniel Amaral
Outra forma de reduzir esse excesso é apostar em soluções que eliminem a necessidade de estoque, conforme apontado por Daniel Amaral, da DAX Suprimentos Industriais. “Atualmente, por exemplo, dispomos de um produto altamente tecnológico que atende a este critério. Trata-se de uma correia ajustável que permite a montagem manual de qualquer tamanho e sem ferramentas. Desta forma, um único item, substitui centenas de SKUs, gerando menor tempo de máquina parada e eliminando a necessidade de espaço de armazenagem”, diz.
“Para trabalhar sem excesso de peças em estoque, é fundamental que as empresas desenvolvam uma parceria sólida com fornecedores estratégicos, para que haja uma sintonia e entendimento de suas necessidades…”
Yuri Felício, do GHT
Somando mais de 1300 clientes da indústria mineradora, a DAX fornece produtos e soluções para otimização de manutenção e automação industrial, bem como a execução de serviço de manutenção e reparo de cilindros hidráulicos e pneumáticos.
Entre as principais marcas que a empresa distribui estão a Megadyne, (correias), Colson (rodízios) Jason (mangueiras) e Agel (vedações).
Quem também atua no atendimento de peças e MRO é o Grupo Hidrau Torque (GHT). “Podemos atender a toda e qualquer necessidade dos nossos clientes, o que vai desde materiais de escritório a itens complexos, a fim de aumentar a produtividade e reduzir custos de suas operações”, pontua Yuri Felicio, Gestor de Produtos da empresa.
“Para trabalhar sem excesso de peças em estoque, é fundamental que as empresas desenvolvam uma parceria sólida com fornecedores estratégicos, para que haja uma sintonia e entendimento de suas necessidades. A proximidade com o cliente, que é uma de nossas especialidades, também é fundamental para o desenvolvimento de um planejamento estratégico nessa frente”, complementa.
Além dos suprimentos, o GHT possui uma oficina especializada em componentes para equipamentos móveis, como motores e transmissões, bem como uma equipe técnica preparada para prestar atendimento de qualidade. Entre as marcas distribuídas pela companhia, destacam-se: Biza, Checkers, Donaldson, Enerpac, Federal Mogul, Fortractor Gold, Kidde, Lincoln, Mahle, Nordic e SKF.