Custo efetivo na produção de agregados
Porque qualidade é fundamental nas peças de desgaste
Muitas vezes o consumidor se impressiona com a aparência de um produto de desgaste, ou com a apresentação convincente de um vendedor, ou ainda com um preço e garantia de durabilidade muito atrativos. Mas não analisa com cuidado o custo efetivo de um produto.
Essa percepção pode levar a decisões de compra equivocada.
A qualidade de um produto é o resultado de um esforço coletivo de quem o produz. É resultado de muitos anos de experiência, tecnologia, capacidade fabril, investimentos em treinamento continuado e um engajamento de todos para alcançar esse objetivo.
Entretanto, mesmo empresas tradicionais também podem falhar. Este é o exato momento que empresas comprometidas com a qualidade se diferenciam das demais:
- Dão assistência técnica imediata aos seus clientes;
- Corrigem os problemas em campo para evitar prejuízos operacionais aos clientes;
- Quando necessário substituem os produtos defeituosos;
- Simultaneamente, rastreiam as causas dos defeitos e corrigem os processos de fabricação;
- E comunicam aos clientes as ações tomadas, além de retreinar seus colaboradores
- Entre outras ações
Infelizmente, há fornecedores que maquiam seus produtos, cuja aparência faz crer que bonito é sinônimo de qualidade.
Este tipo de empresa está fadada a ter uma clientela pequena, de baixo nível de exigência, pois outros que experimentaram seus produtos já não o querem mais como fornecedor.
Uma análise sensível de custo-efetividade de um produto não deve apenas tomar por base preço x durabilidade. Essa relação muito utilizada é pobre e não reflete o resultado econômico da escolha por um produto e/ou fornecedor.
Outros fatores, que são influenciados pelo uso de uma peça de desgaste devem ser computados. Aqui cito alguns desses fatores:
- Durabilidade do produto medido em produção/energia consumida. Esta forma de medir retrata a eficiência do produto em serviço. Pode ser aplicado a todo equipamento de tratamento de minerais, tais como britadores, moinhos, impactores, etc.
- Horas trabalhadas é uma forma secundária de medição, pode ser empregada em equipamentos de tratamento de minérios acima, porém atrelados à forma de medição acima. Mais comumente empregados em equipamentos de movimentação de terras, tais como pás carregadeiras, tratores, motoniveladoras, escavadeiras, etc.
- Consumo de pneus e combustível. Lâminas, pontas, dentes adaptadores, protetores de lábios, influem decisivamente nos consumos das máquinas de movimentação de terras.
- Paradas não programadas de manutenção, quando ocorrem falhas de peças de desgaste por motivos de qualidade, instalação e/ou aplicação do produto. Aqui, deve-se considerar os custos de horas paradas, mão de obra, custo de reparo e/ou aquisição e substituição das peças com defeito;
- E, é claro, o custo de aquisição do produto. Notem que propositalmente deixei o custo de aquisição por último, porque na realidade esse não deveria ser o fator principal a ser analisado. Serve como referência a ser confrontado com os outros itens que influem na eficiência e custo final da peça de desgaste.
Eu sei que mudar a filosofia de compras de uma empresa pode não ser fácil, mas se analisarem detalhadamente a planilha de custos completa da sua planta de extração e beneficiamento mineral, poderão se surpreender. Podem se decepcionar com fornecedores que consideravam confiáveis.
*José Bruno Neto – Engenheiro Metalurgista e Mestre em Engenharia de Minas pela Escola Politécnica da USP;
Mais de 30 anos de sucesso comprovado, com atuação destacada no Brasil e no exterior em empresas globais lideres de mercado;
Allis Chalmers/Esco e Boliden (Metso), Cobrasma, ME Elecmetal;
Professor convidado pela Escola Politécnica da USP, Pós graduação em Engenharia de Minas;
“Peças de desgaste na indústria mineral com ênfase em revestimentos de moinhos e de britadores e G.E.T. (peças de penetração e movimentação de terras)”.
Perfil LinkedIn: aqui!