Blaster: o responsável executor do plano de fogo nas operações de desmonte

Imagem: ENAEX Britanite
Conheça as atribuições de um Blaster profissional, bem como os desafios encontrados para aumentar o nível técnico de todos os agentes envolvidos com explosivos
Embora todos os envolvidos no processo de execução de um Plano de Fogo devam ser responsáveis por suas tarefas individuais e específicas, o Blaster é o profissional que fica cem por cento responsável, direta ou indiretamente, por tudo o que acontece durante o desmonte de rochas. Para se ter uma ideia da importância desta figura, suas atividades e atribuições são controladas pelo Exército Brasileiro e habilitadas somente mediante efetivação da Secretaria de Segurança Pública de cada Estado.

José Silvio Corsini – ENAEX Britanite
Segundo o gerente de Assistência Técnica da ENAEX Britanite, José Silvio Corsini, o Blaster é considerado o elo entre o projeto de desmonte e a execução do mesmo e, embora na lei ele seja caracterizado como um executor que está capacitado e habilitado a manusear explosivos e acessórios, na prática isto envolve muitas atribuições, como: planejamento em campo da atividade de execução do desmonte; escolha, transporte e controle dos materiais utilizados (explosivos e acessórios); avaliação e mitigação dos todos os riscos envolvidos na aplicação e execução da detonação; revisão dos furos; correta aplicação dos explosivos e conexão do sistema de iniciação; revisão dos furos e suas conexões; devolução das sobras de materiais; definição do cerco de área juntamente com a equipe de segurança; conferência do isolamento da área; aviso, revisão e execução da detonação; e liberação da área para a posterior escavação.
Devido à importância desta função, empresas com a ENAEX Britanite se preocupam em capacitar os seus Blasters por meio de sessões de treinamento de manuseio de explosivos e acessórios, cursos internos e numa intensa participação em operações de desmonte nos diversos segmentos: mineração a céu aberto, mineração subterrânea, agregados e construção civil.“Isto é um grande diferencial, pois temos operações em todos os segmentos, possibilitando o colaborador ser treinado nas particularidades de cada tipo de operação”, destaca Corsini.

Curso interno ministrado por Corsini aos funcionários da ENAEX Britanite
Os cursos internos da companhia abordam os temas “Perfuração” e “Explosivos e Acessórios”, com subtemas que se vão desde a limpeza da área de trabalho e identificação e isolamento das zonas de riscos, até definição de explosivo, rastreabilidade de produtos e fundamentos de segurança. “Geralmente os serviços são prestados pelas nossas equipes, portanto, eles são treinados conforme descrito anteriormente. Para o caso de clientes que fazem a aplicação, disponibilizamos o Curso de Blaster e a assistência técnica”, complementa o gerente.
As dificuldades encontradas na formação do Blaster
Embora algumas empresas, como é o caso da ENAEX Britanite, ofereçam cursos internos para aprimorar as habilidades dos Blasters, existe um ponto que merece atenção: atualmente, não há no mercado um treinamento padrão ou específico para esta função. Quem dá mais detalhes deste panorama é o Gerente Técnico da NITRO-RS – Tecnologia em Desmonte de Rochas e também professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Enrique Munaretti. “Cada Estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública, possui exigências diferentes para a habilitação do Blaster e esta falta de padronização e de capacitação é muito preocupante”, diz.
Não é à toa que, segundo Munaretti, o nível técnico dos profissionais desta área, especialmente no Brasil, na maioria das vezes é muito baixo. “O setor ainda é pouco produtivo e apegado a mitos antigos na mineração. Por isso, mesmo que existam bons cursos de Blaster no mercado, há também cursos de péssima qualidade, lecionados por profissionais que não são capacitados ou que estão desatualizados”, complementa.
Em uma tentativa de minimizar problemas deste tipo, Munaretti juntou-se a International Society of Explosives Engineers (ISEE), maior fórum internacional para uso de explosivos, que chegou ao Brasil, em 2012, com o desafio de aumentar o nível técnico de todos os profissionais envolvidos com explosivos. A organização realiza eventos pelo país e disponibiliza materiais científicos publicados por especialistas de todo o mundo, com as melhores práticas de desmonte de rochas.

Enrique Munaretti – Nitro RS
ABIMEX e SENAI se unem para oferecer curso de Formação de Blaster
Preocupados com a falta de um currículo mínimo no Brasil para o ofício do Blaster, a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais Explosivos e Agregados (ABIMEX), em conjunto com o SENAI, deram início a uma nova atividade no segmento dos explosivos: a formação de Blasters profissionais.
A iniciativa começou em São Paulo e deve ser estendida aos demais Estados em breve, a partir do segundo semestre. O curso será ministrado à distância para atender a todas regiões brasileiras e terá aulas práticas no SENAI, bem como em pedreiras e mineradoras.
“O curso atende às necessidades específicas de utilizadores de explosivos e tem seu Conteúdo Programático preparado por especialistas, consultores e professores que militam em atividades de mineração e desmonte urbano”, destaca o Presidente da ABIMEX, Ubirajara D’Ambrosio. Além disso, a ação também conta com o apoio da Associação Brasileira de Engenheiros de Explosivos (ABEE) e da International Society of Explosives Engineers (ISEE).
“Nosso objetivo é capacitar os participantes, que atuam nas atividades de mineração e desmonte urbano, para o transporte, armazenagem e manuseio de explosivos, dentro das melhores técnicas de trabalho, com segurança e obedecendo a legislação vigente”, finaliza. Atualmente, os segmentos que compõem a cadeia de explosivos da ABIMEX, são:
- Empresas fabricantes de explosivos, pólvoras e acessórios;
- Empresas utilizadoras de explosivos, pólvoras e acessórios;
- Empresas fornecedoras de matérias-primas para os fabricantes de explosivos, pólvoras e acessórios;
- Empresas fabricantes de equipamentos e produtos mecânicos ou eletro/eletrônicos para o segmento da cadeia de mineração.
O Blaster se faz presente em todas essas categorias, seja em atividades operacionais ou em atividades administrativas nas quais o produto final é o explosivo.
Prezados, sou de SP e não encontrei o curso de blaster no SENAI, conforme anunciado.
Peço auxílio, pois tenho muito interesse em me tornar Técnico Blaster.
Procuro indicação de curso presencial ou online em boas escolas
Até breve.