Barragens de rejeitos geram oportunidades para setor agregados

Foto: (José Cruz/Agência Brasil – barragens de rejeitos – imagem Wikimedia)
O modo como as mineradoras passaram a lidar com barragens de rejeitos, a partir da tragédia de Brumadinho, foi fortemente reavaliado, o que abriu oportunidades para produtores de agregados
Conforme determinação da Agência Nacional de Mineração (ANM), houve a limitação do funcionamento das barragens de rejeitos, com a descaracterização de estruturas ativas. Os reservatórios erguidos com o método de alteamento a montante e que tenham um volume de até 12 milhões de m³ de rejeitos, deverão ser desativados até setembro de 2022. Já as barragens com até 30 milhões de m³ devem encerrar suas atividades até agosto de 2025. E por fim, as estruturas que superarem o limite dos 30 milhões de m³ precisam finalizar suas ações até agosto de 2027.
De acordo com o superintendente do Grupo MBL, Jerri Alves, a medida foi um dos fatores essenciais para o aumento da demanda por agregados como o gnaisse – rocha de origem metamórfica, que resulta da deformação de sedimentos arcósicos ou de granitos.
Isso ocorre pois, em formato de brita, o gnaisse se torna maleável e pode ser utilizado para a construção de estruturas capazes de descaracterizar e descomissionar barragens de rejeitos.
“O processo é realizado por meio da construção de vertedouros, que retiram o excesso de água das barragens, e viabilizam o reaproveitamento de rejeitos e o progressivo esvaziamento da estrutura. Além disso, a grande massa da rocha é usada no enrocamento das bases dos barramentos das barragens e garantem a sustentação e a drenagem dos mesmos. Com o rejeito mais seco, se torna possível trabalhar os resíduos com vários métodos de reaproveitamento de minérios”, explica.
O Grupo MBL fornece insumos necessários para obras de infraestrutura das mineradoras de ferro da Região Metropolitana de Belo Horizonte, em especial aquelas localizadas na região de Itatiaiuçu – onde estão sendo realizadas obras de descomissionamento e descaracterização de diques e barragens de rejeitos.
Um dos carros-chefes da mineradora, o gnaisse, após a sua extração, é classificado para diferentes usos, um deles é o emprego na construção de vertedouros de água. Segundo Jerri Alves, o desmonte da rocha de forma natural gera os intitulados “matacões”, que serão transformados em fragmentos de até 300 mm e aproveitadas em obras de construção pesada – como gabiões, áreas de contenção e grandes muros de contenção e arrimo.
“Os principais minerais que compõem o gnaisse são o quartzo, feldspato e a mica. Esse metamorfismo o torna uma rocha mais fácil de se trabalhar, sendo bastante utilizado em obras de infraestrutura, assim como na construção civil e pavimentação de estradas. O gnaisse também pode ser convertido em areia e pó de pedra”, complementa Alves.
Fonte: Naves Coelho Comunicação