O barato que sai caro!
Empresas que são referências no mercado destacam os perigos da aquisição de equipamentos de baixa qualidade, bem como as vantagens do investimento em tecnologia de ponta
Quem nunca adquiriu um produto ou serviço com base no preço mais baixo e depois se arrependeu, que atire a primeira brita. O fato é que economizar é bom e todo mundo gosta, no entanto, quando essa economia é feita sem critério, o saldo dessa conta pode ficar negativo a longo prazo, portanto, é daí o barato que sai caro!
Quando falamos no setor de agregados, a máxima também se aplica: as pedreiras estão percebendo a importância de adquirir equipamentos de alta qualidade e com tecnologia embarcada a fim de evitar perdas financeiras futuras. Isso porque, em um mercado cada vez mais competitivo, em que as margens de negócio estão mais apertadas, não há espaço para erros.
O investimento em equipamentos com tecnologia de ponta abre espaço para a obtenção de melhores resultados em produtividade e outros aspectos. Pensando nisso, entrevistamos quatro empresas que desenvolvem soluções para a mineração de agregados, a fim de ouvir o que elas têm a dizer sobre o assunto e conhecer as principais inovações tecnológicas que elas oferecem ao mercado. Acompanhe na sequência.
Caterpillar
Para Silvio Keity Kureishi, Especialista em Desenvolvimento de Produto da Caterpillar, as decisões de compra de equipamentos com pouca ou nenhuma tecnologia podem resultar, gradativamente, na baixa produtividade ou rentabilidade de uma operação. “Uma análise pouco criteriosa, que não leve em conta diferentes aspectos, é um dos motivos que levam as empresas a seguirem por esse caminho”, explica ele, destacando que uma escolha assertiva pode até mesmo triplicar os ganhos de uma operação.
Entre os equipamentos da companhia que entregam tecnologia embarcada e atendem ao propósito de mudar o paradigma da indústria, destacam-se as escavadeiras hidráulicas CAT 320, CAT 323 e CAT 336. Em comum, os três modelos carregam consigo o Cat Payload, um sistema de pesagem de bordo, que oferece pesagem em movimento do material na caçamba, aumentando a eficiência de carregamento e a produtividade do local de trabalho. A ferramenta usa dados de pressão do cilindro e sensores da máquina para fazer o cálculo continuamente.
“Outro diferencial é o sistema de assistência que torna a máquina semiautônoma para a execução de tarefas que antes dependiam apenas da perícia do operador”, detalha Kureishi. A companhia oferece, ainda, a tecnologia Cat Connect integrada, que aumenta a eficiência operacional dos equipamentos em até 45% em comparação com as operações de nivelamento tradicionais, e o E-Fence, recurso que protege as máquinas para a execução de serviços em espaços confinados.
“Todas essas inovações são concebidas a partir de uma criteriosa e contínua análise de mercado, por meio da qual são ouvidas as necessidades dos nossos clientes, seja no Brasil ou em outros países”, diz o especialista da Caterpillar. Como exemplo, ele cita a última geração de caminhões autônomos da marca. Hoje, já são mais de 100 caminhões 793F operando através do Command para transporte, o sistema operacional da CAT para esta categoria de caminhão.
“Cada vez mais as máquinas tendem a ganhar total autonomia para mitigar riscos operacionais e ajudar na obtenção de ganhos em produtividade. O futuro é promissor neste sentido e existe muito trabalho pela frente em relação à automação em equipamentos”, finaliza Kureishi.
Komatsu
Na percepção da Komatsu, quando um cliente investe em equipamentos com melhor tecnologia, ele tem a possibilidade de obter resultados melhores em produtividade e aspectos financeiros desde o momento do planejamento da execução da obra até o dimensionamento da frota. Isso acontece porque a tecnologia proporciona um melhor controle dos resultados esperados como produção e consumo de combustível, assim como o acompanhamento dos equipamentos durante a operação, estimando-se, por exemplo, paradas programadas para manutenções.
Em outras palavras, equipamentos mais tecnológicos reduzem custos de investimento com pneus, combustível, manutenção e podem apresentar menores tempo de ciclo, maiores capacidades e eficiência operacional. “Em conjunto, todos esses fatores possibilitam às empresas se tornarem mais sustentáveis, visto que reduzem o impacto ambiental quando ampliam a vida de um pneu ou reduzem o consumo de combustível, reduzindo a emissão de CO². Ou seja, a tecnologia vem para melhorar a qualidade de todos os processos, gerando mais sustentabilidade e um futuro mais próspero”, pontuam Ricardo Ricco, Gerente Geral de Tecnologia da Komatsu e Karine Madureira, Gerente de Planejamento Estratégico da companhia.
Atendendo a estes critérios, os equipamentos Komatsu possuem, desde sua concepção, características únicas que os tornam referência em durabilidade e produtividade.
Alguns exemplos destas tecnologias são:
- Sistema de Monitoramento e Gerenciamento KOMTRAX: possibilita o monitoramento dos equipamentos pelos clientes, compilando informações sobre a localização física, consumo de combustível, códigos de falhas, monitoramento da “saúde” do motor, entre outros aspectos.
- Adoção de componentes em aço fundido nos pontos de maiores esforços, proporcionando durabilidade acima da média nos equipamentos.
- Sistemas Hidráulicos otimizados através de circuitos, onde as perdas energéticas são mínimas e, portanto, mais eficientes.
- Motores a diesel de alta performance e baixo custo operacional, proporcionando a potência necessária com baixo consumo, além de facilidade de manutenção, quando necessário.
Ricardo Zurita, Gerente de Marketing de Produto da Komatsu, destaca que, como o mercado de equipamentos sofreu uma considerável redução nos últimos anos, a utilização de equipamentos de qualidade duvidosa e com custos de aquisição reduzidos, acabou sendo a escolha de empresas que buscavam por alternativas mais simples e consequentemente mais baratas.
“No entanto, é importante lembrar que os riscos da aquisição de equipamentos de baixa qualidade envolvem a não obtenção dos resultados esperados, como, por exemplo, baixa disponibilidade física e consequentemente baixa performance dos equipamentos, elevado consumo de diesel, redução da segurança operacional, entre outros”, alerta.
O executivo destaca que a tecnologia é fator determinante para a expansão dos mais diversos setores, inclusive o de agregados. “Buscar e desenvolver processos que possibilitam maior controle e repetitividade, com qualidade e redução de custos, é de grande importância para este segmento que opera com produtos onde o valor agregado dá-se pelos detalhes e controles de processos”, complementa.
Diante deste cenário, ele pontua que a Komatsu está em constante evolução e seus centros de desenvolvimento de produtos estão sempre buscando processos mais eficientes para traduzi-los em equipamentos de alta tecnologia, segurança e performance.
Metso
Redução de energia devido ao máximo aproveitamento da potência instalada, otimização de processos, menos paradas para manutenção e mais segurança para os operadores. Esses são somente alguns dos benefícios citados pela Metso ao falar sobre as vantagens de equipamentos com alta tecnologia. “Como exemplo de soluções que se encaixam nesta categoria, podemos citar os britadores inteligentes MX, que possuem a ferramenta de auto ajuste.
Com ela, o operador ajusta a granulometria que deseja e o equipamento faz todo o trabalho, permitindo que o profissional se concentre em tarefas menos operacionais e mais analíticas”, conta Everson Cremonese, Diretor de Vendas da divisão de Agregados da Metso no Brasil.
Para desenvolver equipamentos como este e definir o nível de tecnologia que será empregada em cada solução, a Metso busca estar sempre próxima aos clientes para entender como pode ajudá-los a obterem os melhores resultados em suas operações.
Mas não para por aí: todo equipamento aplicado ao processo de um cliente passa por um estudo prévio e pós implantação, a fim de enumerar os benefícios que a tecnologia trará ou já trouxe para a planta.
“São muitos os casos de sucesso que contamos de ganhos de produtividade, redução de custos e recursos naturais. Na pedreira Calwer, por exemplo, temos o relato de que após a instalação do britador MX, eles produzem o dobro de areia manufaturado com redução de 70% da energia utilizada. Já com o HRC, um compressor de rolos para produção de finos, a Britaminas conseguiu triplicar a sua produção e reduzir em 80% o consumo de energia elétrica”, revela Cremonese.
Para o executivo, a tecnologia de ponta é determinante para a expansão de qualquer mercado, incluindo o de agregados. “Quando a gente analisa outros mercados e compara com a mineração de agregados, percebemos que existe muita coisa a ser realizada e isso nos dá uma visão positiva porque observamos quantas oportunidades podem ser aproveitadas”, diz. Mas além da tecnologia, ele destaca que o que vai ajudar nesse progresso é a qualificação da mão de obra, uma vez que os profissionais com conhecimento de análise de dados podem fazer a grande diferença nesse momento de virada.
Enaex Britanite
De acordo com a Enaex Britanite, empresa com mais de 50 anos de experiência na produção de explosivos e na prestação de serviços de fragmentação de rocha, as principais tecnologias que surgiram nos últimos anos estão relacionadas à maior precisão e controle das operações unitárias: perfuração, carregamento de explosivos, carga, transporte e britagem. “Foram desenvolvimentos que impactaram fortemente a produtividade no setor de mineração com um todo por propiciarem, além de uma melhor performance, uma possibilidade de controle de todo processo”, diz Gustavo Sampaio Lopes, Engenheiro de Minas Pleno da companhia.
Márcio Vivas, Gerente Geral de Operações da Enaex, complementa a questão ressaltando que o que é visto ultimamente como melhorias tecnológicas é a diminuição da intervenção humana no processo, com alternativas de equipamentos que reduzem o esforço físico e o risco de lesões. “Estes fatores aumentam a segurança e a qualidade do serviço prestado”, resume.
Um exemplo clássico são os detonadores eletrônicos que trazem consigo maior exatidão e precisão nos tempos de retardo, além da possibilidade de teste antes do momento da detonação, oferecendo possibilidade de ações prévias a fim de evitar falhas.
Sampaio explica que, normalmente, novas tecnologias são desenvolvidas devido a uma necessidade de mercado, sendo o esforço aplicado em seu desenvolvimento relacionado ao retorno que elas podem trazer. Por outro lado, existem as inovações disruptivas, que são desenvolvidas para suprir uma necessidade que nem mesmo o mercado sabia que existia e permitem um ponto de inflexão no modo como a indústria se organiza.
“Já existem vários casos que mostram novas tecnologias, como explosivos mais potentes, detonadores eletrônicos e técnicas avançadas de desmonte, impactando fortemente o processo global de exploração mineira”, finaliza.